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Junho 3, 2025

100 horas de live pela ciência

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Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues e hoje trago notícias sobre os supostos lobos-terríveis, cientistas dos EUA resistindo bravamente, a perda de Sebastião Salgado e uma torcida de melhoras para o Pirulla. Na coluna do convidado, Gabriel Murayama comenta um estudo recente sobre o aumento de acidentes com escorpiões no Brasil. Eles estão literalmente fazendo a festa e ainda não encontramos uma forma de botar água na cerveja desses bichos. 

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O tempo é senhor da razão

Nosso amigo Reinaldo José Lopes trouxe uma notícia que cedo ou tarde ia acabar aparecendo (partindo do pressuposto de que a Colossal Biosciences pode ser uma empresa séria): a CB admitiu que não ressuscitou lobo-terrível coisa nenhuma. Admitiram que o que fizeram foi só uma edição em 20 genomas de lobos cinzentos e é isso. Muita gente, inclusive Reinaldo, já tinha cantado essa bola, e discutimos o assunto aqui. Moral da história: sempre conte até dez quando ouvir sobre alguma “revelação bombástica” da ciência.

100 horas de live pela ciência

Semana passada, dezenas de cientistas e meteorologistas da NASA fizeram uma live de quase cinco dias para falar de ciência do clima, responder perguntas do público e, principalmente, denunciar o desmonte da ciência em curso nos EUA. Cientistas falaram sobre como cortes no orçamento estão afetando o monitoramento de furacões, calor extremo — e o que isso significa para a segurança no país. Veja todos os vídeos aqui. 

Farewell, Mr. Salgado

Há poucos dias, perdemos Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia mundial. Suas fotos do garimpo na Serra Pelada, de indígenas na Amazônia e de trabalhadores, migrantes, rios e florestas fizeram história. Fez história também seu ativismo ambiental: sempre foi uma voz em defesa das florestas e, com sua mulher Lélia Wanick, Salgado restaurou 600 hectares de terra em Minas Gerais com dois milhões de árvores. Sua morte deu no New York Times e num monte de outros lugares. Seu trabalho sempre esteve em sintonia com a ciência. Vai fazer falta. 

Força, Pirulla

Nosso amigo Pirulla, um dos maiores nomes da divulgação científica brasileira, teve um AVC há poucos dias. A situação dele é delicada, e por aqui estamos todos na torcida para que ele melhore logo e saia dessa sem sequelas (e se puder e quiser ajudar, saiba como aqui). Claro, já tem gente espalhando desinformação sobre o assunto. Mas por que gente jovem como ele tem AVC? A Mel Dutra explica — e esta matéria da nossa Chloé Pinheiro também.

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Você viu? 👁

  • Vergonha nacional: não basta desmantelar a legislação ambiental, tem que ofender a ministra do Meio Ambiente. 😵‍💫

  • É possível pegar HIV se você comer um prato preparado por alguém que vive com o vírus? (Spoiler: não)

  • Em Harvard, alunos estrangeiros continuam bem-vindos, apesar de Trump.

  • A ecologia acústica estuda paisagens sonoras e isso é MUITO legal.

  • E esse negócio de geometria dos ritmos também é super legal.

  • Revista científica bate novo recorde de artigos retratados: 1.561.

  • Aliás, a IA está “enshittificando” a ciência também.

  • Na Europa, 10 crianças concebidas com o esperma de um mesmo homem desenvolvem câncer.

  • A UFMG e sua primeira banca de defesa de dissertação em língua indígena. ✊

  • Descoberto o segredo da “bundinha” do Patrick Estrela!

  • “Amiga, você não precisa de testosterona, precisa de um divórcio, mesmo” 🫠

  • Com cigarro, a chance de ir de arrasta pra cima é de um pra dois. 😅 (e com vape também!)


NOTA DO CONVIDADO

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Escorpiões e a saúde pública no Brasil: números que não podem mais ser ignorados

Por Gabriel Murayama, pesquisador do Laboratório de Ecologia Sensorial e de Comportamento de Aracnídeos (LESCA), da USP

Recentemente, trabalho publicado na revista Frontiers in Public Health pela professora Manuela Pucca (UNESP) e colaboradores destacou o aumento do número de acidentes envolvendo escorpiões no Brasil.

Intitulado “Scorpions are taking over: the silent and escalating public health crisis in Brazil”, o texto mostra que no período entre 2014 e 2023 foram registrados cerca de um milhão de acidentes com escorpiões.

E a projeção é de que no período entre 2025 e 2033 o número de acidentes dobre, chegando a aproximadamente a dois milhões de ocorrências. Um número alarmante, já que uma porcentagem desses acidentes pode resultar em morte.

Pucca e colaboradores enfatizam que fatores como a urbanização desordenada, o acúmulo de lixo, o saneamento precário e as mudanças climáticas estão criando condições favoráveis à proliferação de escorpiões, especialmente do gênero Tityus, sendo os principais o T. bahiensis (escorpião-marrom), T. stigmurus (escorpião-amarelo-do-nordeste), o T. obscurus (escorpião-preto-da-amazônia) e o T. serrulatus (escorpião-amarelo). Este último é responsável por envenenamentos graves, eventualmente fatais, principalmente para crianças e idosos.

O trabalho de Pucca e colegas salienta a necessidade de reforçar campanhas de conscientização pública sobre os riscos oferecidos pelos escorpiões e sobre medidas preventivas.

Os pesquisadores também chamam a atenção para outro ponto crítico: a subnotificação dos casos. Isto impede uma compreensão real do problema, dificultando a implementação de estratégias eficazes de controle.

Os resultados de pesquisas voltadas para controle de escorpiões possuem potencial de embasar políticas públicas não apenas no Brasil, mas em outros locais que sofrem com esses aracnídeos. Sem esse tipo de investimento, acidentes com escorpiões continuarão aumentando exponencialmente, causando diversos tipos de sofrimento relacionados à picada e colocando a vida de centenas de pessoas em risco.

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