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Maio 27, 2025

A boiada passou de novo

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Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro, com más notícias para o meio ambiente. Tem também a aprovação de um acordo global sobre pandemias, um calendário repleto de oportunidades bacanas e aquele giro de notícias científicas que adoramos. Na nota do convidado, o geneticista Michel Satya Naslavsky discute o recorte racial do estudo sobre a diversidade genética brasileira. 

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Licenciamento ambiental

O Senado aprovou um novo projeto de lei sobre licenciamento ambiental. O texto, bem criticado, flexibiliza regras para obtenção de licença, incluindo novas modalidades meio capengas e a possibilidade do empreendimento se autodeclarar legal. Graças às regras atuais, vários projetos potencialmente danosos foram barrados. O Ministério do Meio Ambiente classificou a aprovação como um retrocesso. 

Pandemia

Países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovaram por unanimidade o Acordo sobre Pandemias. É uma vitória a ser celebrada, depois de três anos de negociação. Mas o texto tem fragilidades que colocam em xeque o objetivo de promover acesso igualitário a vacinas, testes e medicamentos. E os Estados Unidos estão fora da OMS, é sempre bom lembrar. 

Diversidade

Na semana passada, a Meghie trouxe aqui o estudo que revelou que o Brasil é o país mais geneticamente diverso do mundo. Agora trazemos mais desdobramentos do trabalho. A Pesquisa Fapesp destaca que o artigo considera a colonização da América como o maior deslocamento populacional da história humana. 

Racismo no DNA

Nosso genoma paterno é essencialmente europeu, enquanto o materno é em sua maioria negro e índigena. Ou seja, a história da “democracia racial” está mais para miscigenação não consentida, como destaca à Fapesp a historiadora Maria Helena Machado, da USP. Na nota do convidado, falamos mais sobre o assunto.


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Você viu? 👁

  • A perda de florestas bateu recorde no mundo, e pela primeira vez os incêndios superaram os desmatamentos como principal causa. 

  • A temporada das baleias no Brasil está rendendo imagens lindas. 🐋

  • Esse carrossel bem triste sobre como os animais reagem à morte.

  • Somos os animais mais bundudos do mundo, sabia? 🍑

  • O laboratório babadeiro que testa cosméticos. 

  • Detalhes da viagem que vai estudar o autismo no espaço. 

  • Como Paris limpou o ar da cidade. 


NOTA DO CONVIDADO

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As evidências do racismo histórico no genoma brasileiro 

Por Michel Satya Naslavsky, professor do Depto de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da USP, pesquisador visitante do Hospital Israelita Albert Einstein e do Projeto Genomas SUS (Ministério da Saúde)

As diferenças entre a ancestralidade da linhagem paterna (cromossomos Y dos homens) e materna (mitocôndrias de homens e mulheres) observadas no estudo refletem uma parte condenável, porém factual da história violenta da formação do nosso país. Não apenas isso: o impacto se observa atualmente em uma grave herança. 

Nosso estudo de 2022 sequenciou genomas de 1200 idosos de São Paulo, da coorte SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), e mostrou algo semelhante. Nos idosos do SABE, por exemplo, vimos que indivíduos de classes sociais mais pobres têm menos ancestralidade africana e mais ancestralidade europeia. 

Os grupos marginalizados seguem segregados do acesso a muitos serviços e a própria expectativa de vida é radicalmente diferente entre as regiões. Para além da desigualdade social, a nova medicina (medicina de precisão, medicina personalizada) corre o risco de replicar a segregação enquanto não existirem dados de qualidade de indivíduos de ancestralidades não-europeias.

Não é possível importar bases de dados internacionais para um país de miscigenação única como o Brasil. Precisamos de projetos para levantar nossos próprios dados. Os resultados dos projetos do Programa Genomas Brasil reforçam essa necessidade urgente.

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