A fantástica fábrica de mosquitos

do Instituto Serrapilheira
Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro, há dias dando uma risadinha quando penso no Lula imitando o Eduardo Bolsonaro pedindo ajuda pro Trump. Enfim, vamos ter que falar de novo nele nessa news. Na nota do convidado, o biólogo Paulo César Simões-Lopes discute os registros de orcas dando presentes a humanos.
Erramos: Na edição passada, divulgamos um vídeo do perfil Piauiverso que mostrava um robô que dançava forró e piseiro, mas o conteúdo era uma paródia. Ainda não tem um robô dançando tão bem, que pena. Valeu pelo toque, Thomás Manfrinatti!
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Trump e o GPS
Circula entre bolsonaristas o boato de que, caso o Brasil não ceda às vontades dos Estados Unidos, Trump poderia bloquear o sinal de GPS do Brasil. Só que especialistas explicam que é muito improvável que isso aconteça, já que haveria reflexos em outros países. E, mesmo se acontecesse, temos outras redes de navegação por satélite.
Preta Gil
A artista faleceu vítima de um câncer colorretal, problema que está crescendo em taxas alarmantes entre pessoas com menos de 50 anos (ela tinha 48 quando foi diagnosticada). Um estudo apontou o aumento em 27 dos 50 países avaliados. As causas para essa tendência não são totalmente esclarecidas, mas se suspeita de um elo com o estilo de vida e a alimentação modernas.
Fábrica de mosquitos
O Brasil inaugurou a maior fábrica de mosquitos do mundo. Sim, você leu certo. Nela, os Aedes aegypti são criados e infectados com a bactéria Wolbachia, que impede que eles transmitam os vírus da dengue, zika e chikungunya. A ideia é que eles sejam soltos no ambiente e contaminem os insetos locais.A tecnologia reduziu drasticamente os casos de dengue na cidade onde foi testada. A capacidade de produção é de 100 milhões de ovos por semana.
Novidades do espaço
A ciência não para de trazer imagens e descobertas impressionantes do Universo. Recentemente, um detector de ondas flagrou a maior colisão já registrada entre buracos negros. E o telescópio James Webb fez a primeira imagem de planetas se formando, dá para ver os pedacinhos de rocha separados antes de se juntarem.

Designers que conseguem pensar a mensagem e o visual se destacam. Mudanças tecnológicas, de comportamento, muito barulho e distração. É cada vez mais difícil para as marcas comunicarem de forma efetiva, e cada vez mais valioso o apoio de profissionais que conseguem oferecer boas soluções.
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NOTA DO CONVIDADO
Os presentes das orcas: cooperação, altruísmo, partilha ou simples curiosidade?
Por Paulo César Simões-Lopes, biólogo, professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, membro do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LAMAQ)
Sem dúvida somos uma espécie bastante pretensiosa. Nos consideramos a cereja do bolo, os eleitos a compreender e executar comportamentos complexos. No entanto, cooperação, divisão de tarefas, altruísmo, apaziguamento, proteção, partilha e curiosidade são amplamente distribuídos entre os mamíferos sociais, e sequer são comportamentos recentes na evolução da vida.
Recentemente, todos se assombraram com casos onde certas orcas traziam suas presas oferecendo-as aos humanos como “presentes”, de peixes e aves a pedaços de golfinhos e até tartarugas. Foram 34 registros em diferentes partes do mundo, como México, Canadá, Argentina ou Nova Zelândia. São, portanto, completamente independentes. Em praticamente todos, as orcas esperavam uma reação dos humanos, como se os testassem. Às vezes, faziam mais de uma tentativa, quando não eram correspondidas de imediato.
O que estaria em jogo nesse comportamento aparentemente atípico? É muito fácil imaginar respostas complexas ou que contenham nuances humanas, e isso geralmente atrapalha mais do que ajuda. Cooperação, altruísmo e partilha são todos comportamentos com via de mão dupla, isto é, vantagens para você agora e no futuro vantagens para mim.
Mas existem outros caminhos mais palpáveis e diretos, sem vantagens recíprocas.
Animais sociais de cérebros grandes e vida longa estão sempre testando o mundo ao redor. Tem, por assim dizer, uma compulsão por aprender. Assim como nós jogamos sementes para um esquilo só para vê-lo melhor ou para fazer uma fotografia, outros animais também testam os humanos.
Orcas têm cérebros grandes, vivem mais do que nós, ensinam seus filhotes, pacientemente, e se divertem. Aliás, diversão (play behavior) é parte do processo de aprender. Orcas são capazes de comportamentos como cooperação e partilha, mas, principalmente, são animais curiosos, ávidos por experiências.
Devem ficar assombradas do porquê gritamos tanto quando elas fazem isso, mas esta é outra história... “Curiosidade ou compulsão por aprender” já seriam suficientes para satisfazer as nossas dúvidas sobre suas motivações, será?
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