Como ajudar IAs a não alucinar (tanto)

do Instituto Serrapilheira
Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues e hoje trago boas notícias da minha Minas natal, dicas para lidar com IAs que alucinam dia sim, dia também, e uma virada incrível que a Dinamarca está levando a cabo. E nossa nota da convidada de hoje é puro luxo: quem assina a coluna é a presidenta da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, trazendo um pouco do que foi discutido no Fórum das Academias de Ciências do BRICS, que aconteceu no fim de junho no Rio. Boa leitura!
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Patrimônio Natural
No domingo a UNESCO reconheceu o cânion do Peruaçu, em Minas Gerais, como Patrimônio Natural da Humanidade. O título é um passo importante na conservação ambiental da região, que abriga ecossistemas do Cerrado, da Caatinga e da Mata Atlântica. É a primeira vez que Minas recebe este reconhecimento. Vale visitar!
Como ajudar IAs a não alucinar
Que o ChatGPT dá umas boas alucinadas, a gente tá cansado de saber. Mas existem maneiras de minimizar, ou pelo menos contornar, a tendência de IAs a mergulhar no viés de confirmação. Essa sugestão gringa vai pelo refinamento das configurações — e essa outra aqui aposta no refinamento de prompts. Como você tenta evitar que sua IA delire?
Direitos de imagem
A Dinamarca está fazendo algo incrível: em pouco tempo, indivíduos terão direitos — uma espécie de direito autoral — sobre seu próprio corpo, características faciais e voz de acordo com uma nova lei. A ideia é minimizar a avalanche de deepfakes e proteger pessoas contra esse tipo de manipulação.
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NOTA DA CONVIDADA
Brasil e a chance de aumentar as colaborações científicas dentro dos BRICS – e de não ficar atrás nos investimentos em ciência
Por Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências
No fim de junho, realizamos no Rio de Janeiro o Fórum das Academias de Ciências do BRICS – bloco econômico que reúne as principais economias emergentes do mundo e demais países parceiros.
Em um cenário global marcado por crises sucessivas e conflitos que agravam a ordem geopolítica, assumimos o desafio de, com apoio da ciência, indicar caminhos para enfrentar alguns obstáculos comuns ao desenvolvimento.
O encontro trouxe propostas para o fortalecimento da cooperação científica dentro do bloco (por meio da criação de parcerias de longo prazo entre universidades, instituições de pesquisa e redes de inovação, com mecanismos de financiamento e programas de mobilidade para pesquisadores em início de carreira), a criação de uma Rede de Soluções Climáticas com foco em tecnologias para transição energética e o investimento em programas conjuntos em inteligência artificial – tornando as nações detentoras desta tecnologia, e não apenas consumidoras.
Outras recomendações, como novos programas conjuntos de doutorado e parcerias com empresas, também entraram no conjunto de propostas.
Reunidas em uma declaração enviada aos chefes de Estado do BRICS, algumas delas ganharam eco no documento final da Cúpula do bloco, caso da inteligência artificial, por exemplo. Outras podem incentivar novos debates e servir como norte na discussão desses temas.
O resultado do evento, no entanto, vai além do documento, e serve como impulso para construção de novas colaborações e alertas dentro da comunidade científica.
Temos pontos fortes que favorecem isso no âmbito dos BRICS. Além de representar 45% da população mundial e 30% do PIB global, os países membros detém 40% dos biomas da Terra em seus territórios, o que faz com que sejam um laboratório único na busca por soluções sustentáveis.
Também são pioneiros em tecnologias de ponta, desde energia renovável até inclusão digital. Mas há mais a fazer.
Atualmente, as colaborações científicas e tecnológicas dentro dos BRICS ainda são modestas.
Apenas 7,8% das nossas publicações são colaborativas, uma lacuna que precisamos resolver com urgência. Por outro lado, dados apresentados pelo diretor-presidente da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul), Odir Dellagostin, mostram que temos a chance de aumentar essas parcerias em áreas estratégicas.
Em 2024, o bloco dos BRICS respondeu por 41% da produção científica mundial, frente a 34,7% dos países do G7 — um marco que reposiciona o eixo global de conhecimento em direção ao Sul.
O Fórum, no entanto, também trouxe um novo alerta ao Brasil sobre a importância de aumentar investimentos em ciência.
Dias antes do encontro, uma delegação da Academia Brasileira de Ciências esteve na China, em visita a instituições de pesquisa, a convite da Academia Chinesa de Ciências. As diferenças de infraestrutura são visíveis.
Enquanto países como China aumentam seus recursos para a área, ainda enfrentamos um orçamento limitado e ameaças de contingenciamentos. O Brasil não pode ficar atrás de outros países dos BRICS.
A educação e a ciência são o caminho para a melhora da economia. Representantes dos nossos Poderes ainda precisam entender que ciência não é gasto, é investimento. Repito essa frase há décadas, e pretendo continuar a dizê-la enquanto for necessário.
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