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Junho 17, 2025

Fake it ‘til you make it

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Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues, impressionada com o que anda acontecendo na geopolítica internacional e torcendo para que não estejamos às portas de uma terceira guerra mundial. Na nossa seara por aqui, trago novas sobre um acordo entre Brasil e Alemanha para repatriação de fósseis, uma pesquisa mostrando que nossa respiração é como uma impressão digital e uma conterrânea que viralizou, mas não por um bom motivo. Na nota do convidado, Flavia Silva nos conta sobre a importância da etnomatemática. Boa leitura!

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Pra alemão ver

Sexta passada, o MCTI assinou com a Alemanha uma carta de intenções tratando da devolução de quatro fósseis ao Brasil. Trata-se de dois peixes, um anfíbio e um tronco de planta — e nenhum deles é um holótipo, ou seja, não são exemplares que servem para a descrição científica de suas espécies. A paleontóloga Aline Ghilardi chamou atenção para o que, em um fio do Bluesky, ela chama de “devolução de migalhas”. 

Sua respiração é única

Um estudo publicado na Current Biology sugere algo curioso: cada um de nós tem um padrão de respiração único, tão único quanto uma impressão digital. Ou seja: dá pra identificar uma pessoa só pelo padrão da respiração. O estudo, feito no Instituto Weizmann em Israel, observou 100 pessoas durante 24 horas — e o que saiu nos sensores mostrou que dava, sim, para diferenciar uma pessoa da outra pela sua “assinatura de respiração”. 

Fake it ‘til you make it

Não foi dessa vez que o ditado deu certo para Laysa Peixoto, de 22 anos. A mineira viralizou nas redes dizendo que seria a “primeira mulher brasileira a ir ao espaço” em 2029 com uma empresa privada. Ela disse que tinha feito treinamento na NASA, que desmentiu a informação. Ela disse que fazia mestrado em computação e física quântica na Universidade Columbia, mas também era mentira. Todo mundo caiu na lábia da moça, que agora se explica e diz que não é bem assim. 👀

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NOTA DA CONVIDADA

O que é etnomatemática e por que precisamos dela? 

Por Flávia de Fatima Santos Silva, doutoranda em Educação pela FEUSP, professora e pesquisadora em Etnomatemática e Educação Antirracista.

A Etnomatemática é um conceito idealizado pelo educador brasileiro Ubiratan D’Ambrosio, apresentado oficialmente em 1984, durante uma conferência da American Association for the Advancement of Science (AAAS), nos Estados Unidos. Uma de suas premissas fundamentais é a valorização dos saberes e fazeres matemáticos de diversos grupos culturais, especialmente aqueles que fogem aos modelos hegemônicos e eurocentrados tradicionalmente ensinados nas escolas. 

As Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 reforçam esse movimento ao estabelecerem a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena em todas as instituições públicas e privadas de ensino no Brasil. No entanto, ainda persiste uma forte presença de uma perspectiva eurocêntrica no currículo escolar, que ignora ou minimiza a existência de construções matemáticas elaboradas por povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agricultores, artesãos e comunidades da diáspora africana. Essa invisibilidade revela a urgência de uma educação decolonial, que reconheça e respeite a diversidade étnico-racial do país. 

A etnomatemática proposta por D’Ambrosio nos convida a reconhecer os saberes matemáticos presentes no cotidiano, como aqueles usados por costureiros(as), mestres(as) de obras, feirantes, cabeleireiros(as), pescadores, entre tantos outros, que aplicam conhecimentos em suas práticas — ou “ticas de matema”, como dizia o próprio professor Ubiratan. 

Compreender e valorizar a etnomatemática nos permite questionar a aparente neutralidade da matemática escolar e reconhecer que, muitas vezes, ela é apresentada de forma excludente e distante da realidade dos estudantes.

A etnomatemática rompe com esse modelo ao colocar em evidência quem tem acesso ao conhecimento e quem historicamente ficou à margem, promovendo assim uma educação mais justa, plural e conectada com as vivências culturais de toda a sociedade.

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