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Junho 24, 2025

Tecnologias ancestrais

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do Instituto Serrapilheira

Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro, surpreendentemente com notícias boas sobre ciência. Destacamos um achado arqueológico importante na Amazônia e imagens de um novo brinquedo humano no espaço. Na nota do convidado, o Daniel Dahls comenta um avanço científico brasileiro. Esse é o Polígono good vibes desta terça, 24/06. 

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Funerais do passado

A queda de uma árvore centenária revelou ao mundo um conjunto de urnas funerárias indígenas no Amazonas. Elas são feitas com um tipo de cerâmica inédito, indicando rituais fúnebres sofisticados que até então não eram conhecidos na região. Também foram encontrados restos de quelônios, peixes, sapos e sementes de açaí, indícios da dieta dos povos locais. 

Tecnologias ancestrais

O trabalho é feito em parceria com a comunidade ribeirinha (olha a ciência cidadã aí, gente!) e tem um detalhe bacana: o próprio solo onde essas urnas foram encontradas é uma evidência arqueológica. Trata-se de uma ilha artificial construída há 3 mil anos pelos próprios indígenas, como uma maneira de resistir ao período de cheia do rio. 

Notícias do céu

O Observatório Vera Rubin, no Chile, divulgou as primeiras imagens daquela que é considerada a maior câmera digital para astronomia do mundo. Ela tem o tamanho de um carro e pesa três toneladas. Em meras 10 horas de operação, capturou milhões de galáxias. Veja as impressionantes fotos, que são uma pequena amostra do que deve surgir de lá na próxima década. 

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NOTA DO CONVIDADO

Ciência brasileira pode baratear tratamento contra o câncer 

Daniel Dahis, produtor de conteúdo científico em redes sociais e pesquisador principal na Biodevek, produtora de instrumentação médica

As últimas duas décadas foram marcadas por avanços substanciais no tratamento oncológico, impulsionados pelo desenvolvimento de estratégias imunoterapêuticas. Historicamente, o arsenal terapêutico contra o câncer esteve centrado no uso de agentes citotóxicos — as quimioterapias — que eliminam células tumorais por meio da indução de morte celular.

Embora eficazes em muitos casos, essas abordagens mostraram-se limitadas em certos contextos, como por exemplo o surgimento de resistência a estas substâncias desenvolvida por tumores, além de efeitos colaterais significativos causados pela destruição de células saudáveis.

Nesse cenário, as imunoterapias ganharam destaque a partir da década de 2010, ao oferecerem maior especificidade tumoral e menor toxicidade sistêmica. Elas modulam o sistema imunológico do próprio paciente para que, em muitos casos, reconheça e destrua as células cancerígenas de forma mais precisa e duradoura.

Entre as mais estudadas estão os imunobiológicos utilizados em tumores sólidos — como anticorpos monoclonais — e, mais recentemente, as terapias celulares principalmente usadas em tumores hematológicos, como as CAR-T, que modificam linfócitos T do paciente em laboratório para atacar o câncer de forma dirigida.

Um exemplo emblemático é o linfoma difuso de grandes células B (DLBCL), em que pacientes com recidiva após múltiplas linhas terapêuticas tinham sobrevida inferior a seis meses. No estudo ZUMA-1, de 2017, cerca de 50% dos pacientes tratados com CAR-T apresentaram desaparecimento completo dos sinais da doença, com remissões prolongadas em parte dos casos.

Apesar dos avanços, o alto custo — entre US$ 350 mil e US$ 500 mil por dose — e a complexidade logística dificultam sua adoção em larga escala em sistemas públicos como o SUS. O longo processo exige coleta de células, modificação genética, expansão celular, reinfusão no paciente e monitoramento rigoroso de toxicidades.

Isso, porém, pode estar prestes a mudar. Uma recente (2024) colaboração firmada entre a Fiocruz e a organização norte-americana Caring Cross pretende viabilizar a produção nacional de CAR-T e vetores lentivirais por cerca de US$ 35 mil por tratamento — aproximadamente 10% do valor internacional.

Essa redução de custo decorre de múltiplas razões, incluindo a simplificação de etapas laboratoriais — como a seleção das células utilizadas na terapia — e de aspectos estruturais, como salários e encargos menores no Brasil, sem prejuízo à qualificação técnica amplamente presente entre os profissionais brasileiros.

Ao priorizar a produção local e o acesso universal, o Brasil se posiciona na vanguarda da biotecnologia celular no Sul Global — como destacado pela revista Nature Biotechnology em maio de 2025. Podemos estar presenciando um marco de acessibilidade em uma das terapias mais promissoras da história — e liderado pelo Brasil!

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