Vamos falar de polêmica?

do Instituto Serrapilheira
Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues, direto do Acre, e ainda triste com a partida prematura de Preta Gil. Hoje a nossa nota do convidado fala sobre isso: infelizmente, casos de câncer colorretal — como o que levou Preta — estão cada vez mais frequentes entre pessoas com menos de 50 anos. Se cuidar é fundamental. Hoje vamos falar também sobre um golpe sério na legislação ambiental e de avanços que dão orgulho da ciência brasileira. Boa leitura!
O Polígono precisa de você. Contribua com apenas R$5/mês e nos ajude a ter uma newsletter sustentável que apoia a ciência.
Arsênio polêmico
A revista Science acabou de retratar um estudo publicado em 2010 e a conversa está quente. Tão quente que o ex-editor-chefe da revista foi às redes para explicar o porquê de não ter retratado o estudo na época. A pesquisa sugeria que uma bactéria do lago Mono, nos EUA, poderia substituir fósforo por arsênio em seu DNA (o que levantou muitas dúvidas porque desafia princípios básicos da bioquímica). Há quem diga que a retratação veio tarde, e há quem não veja motivo. Fato é que a retratação ganhou espaço em muitos veículos e o debate está longe de arrefecer. Vale acompanhar.
Legislação ambiental água abaixo
Aprovado na Câmara e no Senado, um projeto de lei conhecido como PL da Devastação (2.159/2021) está esperando a palavra final do presidente Lula. Se sancionada, a lei será o último prego no caixão da legislação ambiental no Brasil porque vai liberar o autolicenciamento (imagine a Vale do Rio Doce construindo outra barragem como a de Brumadinho com avaliação de risco na base do “la garantía soy yo”). O Cerrado e outros biomas correm risco e enquanto o agro pressiona para soltar a boiada, quem entende do riscado (e até a ONU) pede o veto ao PL. A ver os próximos capítulos.
É do Brasil
Pesquisadores da UFMG estão propondo uma forma nova e muito interessante de combater os vírus da zika e da chikungunya. É um repelente de efeito prolongado que forma uma barreira invisível que protege em um raio de até 6 metros e funciona por até 4 meses (!). Testado no Brasil e na Tanzânia, o repelente mostrou eficácia de 74% contra o mosquito da dengue e 84% contra o da malária. O produto pode ser aplicado em roupas, calçados e tecidos e a ideia é que esteja à venda nos próximos meses. Além disso, pesquisadores da USP conseguiram desenvolver uma ótima candidata a vacina contra o zika vírus. Não é demais?
Calendário científico
🔑 Exclusivo para assinantes.
Assine essa newsletter por apenas R$5.
Você viu? 👁
Já ouviu falar desse arquipélago submerso aqui pertinho?
Dicas para diminuir a ingestão de microplásticos no nosso cotidiano.
E se o uso de fio dental pudesse nos vacinar contra doenças?
Dinossauros de espécies diferentes podem ter viajado juntos. 🥰
Por que o húngaro e o finlandês são tão parecidos — mas tão diferentes dos outros idiomas europeus que até parecem línguas élficas?
Macaco-aranha é registrado pela primeira vez em ponte artificial no Brasil. ❤️
Não dá para controlar a genética, mas dá para fazer muita coisa quando o assunto é prevenção do câncer.
Sabia que o chuveiro elétrico foi inventado por um brasileiro?
NOTA DO CONVIDADO
Câncer colorretal antes dos 50: o alerta que o caso de Preta Gil nos traz
Por Dr. Mauro Donadio, oncologista da Oncoclínicas
O câncer colorretal tem avançado de forma silenciosa entre pessoas com menos de 50 anos — e casos como o da Preta Gil, infelizmente, escancaram essa nova realidade.
Nas últimas décadas, observamos um aumento constante da doença em pacientes jovens, mesmo sem histórico familiar ou fatores de risco aparentes.
As causas ainda não estão totalmente claras, mas novas pesquisas sugerem que alterações no microbioma intestinal desde a infância, especialmente a presença de cepas bacterianas produtoras de toxinas como a colibactina, podem iniciar alterações no DNA que levam ao câncer décadas depois.
Soma-se a isso o impacto de hábitos contemporâneos, como sedentarismo, obesidade e dietas ultraprocessadas.
O diagnóstico costuma ser tardio em pessoas jovens, já que os sintomas são sutis e o rastreamento ainda se inicia oficialmente aos 50 anos no Brasil.
É preciso rever diretrizes, ampliar a conscientização e olhar com atenção para os sinais do corpo — sem esperar a idade “certa” para se cuidar.
Gosta do Polígono? Assine por apenas R$5/mês. Participe do NúcleoHub, nossa comunidade no Discord. Quer anunciar com a gente? Acesse nosso Mídia Kit.
➜ Altere seu cadastro neste link
➜ Gerencie sua assinatura premium neste link